Relatório da Aon, entretanto, destaca queda de 11% no volume de operações na América Latina
O mercado de fusões e aquisições (M&As) na América Latina sofreu forte revés no último semestre do ano passado, apontou novo levantamento da Aon. O setor sofreu uma queda de 11% no número de transações e 42% no montante empreendido em 2022 em comparação com o ano anterior.
Apesar da retração generalizada, os setores mais ativos em 2022 foram os de tecnologia e finanças, seguindo a tendência observada nos últimos anos. O relatório também destaca o desempenho do setor energético, com ênfase em energias renováveis, seguido do de infraestrutura, que tem atraído negócios e gerado valor agregado.
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Na análise de Felipe Junqueira, head de M&A e Transaction Solutions para América Latina na Aon, os conflitos geopolíticos provocaram uma reviravolta no cenário macroeconômico global, que impactou o mercado de M&As na América Latina. Esse contexto chamou atenção para o problema de escassez e dependência de energia, refletindo em maior interesse por partes dos investidores no setor energético.
Em sua visão, o setor será foco de atenção por muito tempo.
Ainda de acordo com o relatório, o mercado transacional latino-americano terminou 2022 com 3.452 fusões e aquisições, anunciadas e fechadas por um valor agregado de US$ 97,9 bilhões. O primeiro semestre do ano registrou crescimento, no entanto, a segunda metade do ano passou por uma queda acentuada no número e no valor das operações, o que impactou fortemente no resultado do ano. Já o último trimestre registrou 734 operações, sendo a menor em quatro anos.
“Apesar de, até certo ponto, em 2022 terem ficado para trás os efeitos mais severos da pandemia, ainda enfrentamos alguns obstáculos, com uma considerável desaceleração no fluxo global de transações de fusões e aquisições – de acordo com dados preliminares do ano fiscal de 2022 – com altas taxas de juros nos principais mercados. No entanto, entendemos que o início de 2023 está sendo um pouco mais movimentado do que os últimos meses de 2022, mostrando uma tendência de melhora”, avalia Junqueira.
Entre os países da região, o Brasil se mantém como o país mais ativo em M&As, com 2.387 transações no ano, houve uma queda de 12% no volume de transações, e ainda redução de 49% em capital mobilizado, que atingiu US$ 57,089 bilhões. Em segundo lugar aparece o México, com 422 transações (alta de 1%); em terceiro lugar, o Chile com 314 transações (uma queda de 12%); em quarto lugar está a Colômbia, com 266 transações, e que, junto com o México foi o único país da região a registrar um aumento no número de transações, que neste caso foi de 6%.
Por sua vez, na Argentina, as 184 transações registradas representam uma diminuição de 16%; enquanto o Peru registrou 109 transações (queda de 16%).
Fonte: Itforum